SENADO DISCUTECOTAS NAS UNIVERSIDADES.
Enquanto estudantes e ONGs defendem cotas raciais, o governo e políticos de oposição querem cotas sociais, para pobres.
Tamanho da letra
A-
A+
O projeto de cotas nas universidades federais foi discutido nesta quarta em Brasília. Os senadores vão fazer novas audiências públicas antes de votar a matéria.
Do lado de fora do Congresso, manifestação de um grupo de estudantes. Eles foram acompanhar a reunião da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, que decidiu fazer audiências públicas para debater o projeto de cotas nas universidades federais antes da votação.
Pela proposta, já aprovada na Câmara, 50% das vagas serão destinadas aos estudantes das escolas públicas. As vagas vão obedecer à proporção de negros, índios e pardos em cada estado. Deste total, metade dos alunos deve ter renda familiar de até um salário mínimo e meio por pessoa.
Estudantes e movimentos negros defenderam as cotas raciais. “Se os pobres hoje não acessam a universidade, os pobres negros menos ainda, porque foram discriminados durante séculos no Brasil”, argumenta o estudante Ismael Cardoso, do Ubes.
“O negro não deve ser só escravo, explorado por esse país. O negro tem o direito de também ter espaço na universidade”, destaca Frei Davi, da ONG Educafro.
Mas, para o presidente da CCJ, o projeto como está só causa mais discriminação. “Acho que a cota que tem que ser estabelecida é a cota social para estudante pobre. Estudante pobre branco, estudante pobre negro, estudante pobre pardo. Aí, nós vamos construir uma democracia no Brasil”, defende o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).
A discussão agora, no Senado, é sobre a redação da lei que cria as cotas nas universidades. Até a relatora do projeto, Serys Slhessarenko, admite alterar o texto para garantir que os beneficiados sejam acima de tudo, pobres.
O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse que o governo também defende a criação de cotas sociais. “Um texto como esse tem que ser cristalino. Então, se paira dúvidas sobre o texto, é porque o texto tem problemas”.
O sociólogo Demétrio Magnoli, especialista em educação, faz um alerta. “É preciso tirar a raça da lei. Cotas para escolas públicas é um remendo inevitável que deveria existir por um tempo curto, enquanto o país faz um grande esforço para melhorar o nível das escolas públicas, que é o que interessa. Mas isso se pode aceitar: cota para escolas públicas, raça não”.
Frei David Santos OFM
(11) 8473 5568
Visite o site: www.educafro. org.br
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário