Um ano completamente enigmático e inesquecível, vários acontecimentos conturbardores pelo mundo. Quarenta anos depois, 68 continua estranho e ambíguo, por tudo o que representou e que se foi descoberto nele. Foi um ano que, por seus excessos, marcou não só o Brasil, mas a humanidade de uma maneira geral, que mudaram para sempre a forma como encaramos a vida. Os Estados Unidos estavam mergulhados na guerra no Vietnã e se agitaram com o assassinato do líder negro Martin Luther King Jr. A Europa entrou no furacão das revoltas estudantis. E o Brasil, com o endurecimento do regime militar, entrou numa fase de censura política e dura repressão policial.
O ano de 1968 foi de muitas perdas na história mundial, mas foi especialmente no mês de maio daquele ano que as revoltas foram sentidas com mais força e transmitidas de um país a outro pelos meios de comunicação. Por outro lado, foi também um período de conquistas sociais importantes que ecoam até os dias de hoje, como a igualdade de direitos civis, a liberação sexual, o reconhecimento das lutas dos estudantes, da diversidade cultural e da luta pelo fim da discriminação racial.
Martin Luther King Jr. o maior líder negro da história mundial
“Eu tenho um sonho”, o mais famoso discurso do líder negro Martin Luther King Jr., assassinado em abril de 1968, um sonho que ia muito mais do que a aceitação dos negros na sociedade, mas ele tinha a visão de uma sociedade integrada, onde negros e brancos pudessem conviver de modo pacífico. Embora de forma bem mais contida, estamos caminhando para este “sonho”, até porque mais da metade da população é formada por negros, no Brasil e uma parte significativa nos Estados Unidos, mas para total integração, ainda estamos muito longe.
Essa tentativa de integração começou timidamente nos anos 1964, com o surgimento de alguns homens de negócio negros de sucesso, e explodiu dos anos 1980 em diante. Eu acredito que isso se deve em grande parte à aprovação da Lei de Direitos Civis de 1964, que proibiu a discriminação por questões de raça. Sem ela, duvido muito que veríamos hoje figuras negras de destaque como a apresentadora de TV Oprah Winfrey (considerada a mulher mais influente do mundo), o juiz da Suprema Corte Clarence Thomas e mais ainda o senador Barack Obama que é a maior prova da força que os negros estão conseguindo, concorrendo a presidência do país mais influente do mundo. No entanto, permanece uma similaridade importante com aquela época: a maior parte da população pobre também é formada por negros, especialmente nas grandes cidades. Isso também acontece com os presidiários. A desigualdade econômica passou a ser uma das marcas da população negra.
Muitos anos se passaram e vários outros acontecimentos marcaram o Brasil e o mundo, mas nunca um ano foi visto com tanta "magia" quanto o de 1968. Não mais vivemos os anos de “democracia limitada”, nem mesmo com toda recriminação e preconceito de 40 anos atrás, mas ainda temos vestígios dos acontecidos em toda aquela década, em nossa dia-a-dia, seja através de histórias que escutamos, documentários, músicas, livros, mas o que mais marca é que a essencial do porque toda àquela luta está se perdendo, que é a coragem para lutar pelo o que realmente idealizamos e sonhamos.
Saiba mais sobre os acontecimentos que marcaram o ano de 1968...
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